Aeronáutica entrega parte de documentos sobre ditadura
Dom, 28 Fev, 08h09
Após quatro anos de pressão do governo, a Aeronáutica entregou ao Arquivo Nacional, no início do mês, pelo menos parte dos documentos secretos que produziu durante a ditadura militar. A própria Aeronáutica informara anteriormente que esses itens haviam sido destruídos, o que reaviva a suspeita de que as Forças Armadas mantêm escondidos papéis sigilosos da ditadura.
O arquivo inédito faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (Cisa). São 189 caixas, com aproximadamente 50 mil documentos acumulados nos governos militares, entre 1964 e 1985. O lote inclui informações sobre Ernesto Che Guevara, Fidel Castro e Carlos Lamarca. No acervo estão fichas pessoais, relatórios de monitoramento, instruções a militares e papéis referentes à Guerrilha do Araguaia.
A análise de alguns dos informes do Cisa indica que documentos importantes podem ter sido retirados antes da entrega ao Ministério Público Militar. O acervo, em fase de catalogação, não está disponível para consulta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
A Velha (Des) Ordem Mundial.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”
Lola Laborda *
A História comemora com justo júbilo, neste novembro de 2009, a queda do Muro de Berlim , erguido em 13 de agosto de 1961, pela RDA- República Democrática Alemã, controlada , pelo regime totalitário do Governo Soviético, durante a Guerra Fria e, dividiu ao meio a cidade de Berlim, numa das maiores atrocidades a que o mundo
Da noite para o dia, o Exército Vermelho ergueu um muro de 155 km,construiu cercas de arame farpado eletrificadas, no intuito de evitar as constantes fugas para o lado ocidental e, muito mais que duas cidades, separou os sentimentos de amor de famílias, amantes, pais e filhos que, permaneceram 28 anos nessa situação de horror, amargando as saudades de seus entes queridos que viviam do outro lado do muro, numa das mais cruéis demonstrações de desrespeito aos Direitos Humanos da História Contemporânea.
No final da Segunda Guerra, os americanos lançaram o Plano Marshall, visando a recuperação econômica de toda a Europa devastada pelo conflito, o que despertou a ira de Stalin que, bloqueou todos os pontos terrestres de acesso à Berlim Ocidental deixando sua população sem alimentos . Mas um fato curioso aconteceu. Os aliados vencedores, garantiram o abastecimento da população Berlinense por via aérea por 462
dias,levando alimentos, combustíveis e até mesmo pinheiros para as árvores do Natal de 1949, num exemplo ímpar de solidariedade humana que ficou registrado na história da aviação e num dos primeiros embates da “guerra fria” que se iniciava .
Segundo o Historiador Britânico, Eric Hobsbawm, um homem de visão esquerdista, a queda do Muro de Berlim “desestabilizou a Ordem Mundial” e gerou um clima de insegurança generalizada e que, uma das mais desastrosas conseqüências da queda do Muro em 1989, foi o realinhamento de uma nova cartografia geopolítica mundial, favorável à hegemonia norte-americana, o que caracterizou uma vitória do capitalismo sobre a ideologia comunista.
No ano passado assistimos atônitos, à inimaginável crise financeira que atingiu o “coração” de Wall Street (Rua do Muro, por ironia do destino), centro financeiro de Nova York e abalou as estruturas do capitalismo o que gerou uma crise econômica global, num simbolismo análogo aos fatos de Berlim 1989. Caiu o “Muro da Vergonha” da ideologia neoliberal, expondo toda a fragilidade do sistema capitalista.
Apesar da falta de registros oficiais, estima-se em milhares as vítimas fatais pela travessia da fronteira do Muro de Berlim. Ainda assim, a humanidade com seu instinto fraticida parece nada apreender com os exemplos expostos e em 1994 os Estados Unidos ergue o seu muro na fronteira com o México, separando as cidades de Tijuana e San Diego, na Califórnia, exemplo seguido por seus aliados israelenses em 2002, quando Ariel Sharon construiu uma muralha segregacionista que separa a Cisjordânia do Estado de Israel, declarada ilegal pelo Tribunal Internacional de Justiça de Haia. Segundo ativistas de Direitos Humanos, a muralha adentra terras palestinas carecterizando anexação ilegal de território pelo Estado de Israel , cujo controle militar atravanca o desenvolvimento do povo palestino e dificulta assintosamente a aproximação de ajuda humanitária, contrariando a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O fato concreto é que a queda do Muro de Berlim é um acontecimento emblemático para o Século XX e marca, a priori, o fim do confronto entre dois mundos distintos e suas conseqüências precisam ser analizadas para além das questões políticas, ideológicas e econômicas mas, é preciso que se analise as rachaduras deixadas no capital humano para saber se temos, realmente, o que comemorar.
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Artigo1º. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Cinema: Uma Lição!

Educação, An Education, de Lone Scherfig
Por: Francisco Taunay
Este filme confronta dois diferentes tipos de educação: aquela que se aprende na escola, na universidade, que prepara a pessoa para uma vida profissional e uma outra, referente à própria experiência da vida em si, das amizades, relações amorosas, viagens. Se por um lado é importante a dedicação aos estudos, que vão preparar a jovem Jenny para estudar em Oxford, sua relação com um homem mais velho lhe tira a inocência e pode atrapalhar os tão sonhados planos de seu pai.
Na verdade, a tradução deveria ser Uma Lição, que parece mais com o título original, bem como tem mais a ver com o filme. Sim, uma lição que faz uma menina criada na conservadora Londres dos anos 60 aprender a viver melhor sua vida, dividida entre o caminho ideal, traçado desde a sua infância por seus pais e o real, criado a partir dos acontecimentos da sua vida direcionada pela sua admiração pela cultura francesa, seus pequenos pecados e vícios, sua curiosidade e vontade de viver, de aproveitar a vida.
É um filme intimista, bastante simples. Um filme feminino, que faz as moças, principalmente aquelas que se identificam com a personagem, vibrarem no cinema. Ele mostra como a sedução, aquela exercida pelo Lobo Mau travestido de Vovózinha sobre a Chapéuzinho Vermelho, pode levar à perdição; principalmente quando não temos o Lenhador para corajosamente nos salvar e, então, precisamos nos virar sozinhos. Sim, ao assistir ao filme o leitor certamente vai entender o que digo.
Esta possibilidade de escolhas, de se criar uma história para si mesmo, fazendo da sua vida uma espécie de obra de arte, é um presente dos tempos modernos. Antes, quando alguém era criado para ser guerreiro, padre, camponês ou artesão, geralmente seguindo a profissão do pai, creio que havia uma maior direção e menos espaço para a fortuna. Fortuna no sentido de sorte, de acaso.
Sempre vai acontecer em nossas vidas um embate entre o ideal, o sonhado e esperado, com o real, o que efetivamente acontece, com um intervalo maior ou menor entre estes dois pólos. Um amigo já dizia que a felicidade de alguém depende da distância do que se é e do que se gostaria de ser. Manuel Bandeira já escreveu, naquele famoso poema do Pneumotórax, sobre Tudo o que poderia ter sido e que não foi.
Sim, é uma espécie de reflexão do Carnaval, sob o ponto de vista da Quarta-Feira de Cinzas. O que faz uma vida ser colorida? Ou opaca? Qual será a medida do divertimento e do dever? Estas perguntas só podem ser respondidas ao longo da própria trajetória da existência. Mas quem sabe um filme, com sua despretensão de contar uma estória pode dar alguma dica sobre o caminho a ser percorrido? Ou mesmo nos proporcionar ferramentas para decidir, não de forma mais correta, mas ao menos de maneira mais consciente.
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Livro- A Moda nas Obras de Arte



Por:Emanuelle Bezerra
A doutora em artes pela USP Cacilda Teixeira da Costa decidiu investigar, durante três anos, como a moda foi retratada na arte ao longo dos últimos quatro séculos. O resultado é o livro Roupa de Artista – O Vestuário na Obra de Arte que ela acaba de lançar.
Cacilda traz inúmeros episódios capazes de contar a história tanto da arte como da moda. A análise de como a moda influencia a arte começa em obras renascentistas e chega aos dias atuais, em que, como a autora pontua, as próprias peças do vestuário e figurino são obras artísticas.
Pinturas, esculturas, instalações, gravuras, figurinos de inúmeros artistas integram o livro. O Brasil entra no livro com os parangolés de Hélio Oiticica e os trajes tropicais de Flávio de Carvalho. A intenção de Cacilda é mostrar como a roupa passou, com o decorrer do tempo, de um elemento complementar a um importante protagonista.
Como um contraponto à indumentária, a autora também dá exemplos de clássicos da nudez, como em Ticiano, nas Majas de Goya ou em Monet. Cacilda explica que a relação da roupa com o corpo e o poder de reafirmar uma identidade são tão instigantes que poucos mestres do passado ou contemporâneos conseguiram “ficar imunes ao seu extraordinário fascínio”.
As técnicas desenvolvidas para retratar os tecidos, as texturas, drapeados e outros detalhes, são um exemplo que Cacilda dá de como a moda influenciou a história da arte. A maneira como isso ocorreu varia de acordo com o tempo e as circunstâncias em que o artista estava inserido. Ela cita como exemplo o pintor Diego Velázquez, um mestre na descrição pictórica dos trajes da corte, que conseguiu dobrar o então rei da França, Luis XIV, que estava para casar com a filha de Felipe IV, rei da Espanha. Com a corte em decadência e não querendo aparentar esta situação com roupas inferiores, Felipe IV contratou o pintor que desprezou o vermelho da realeza e vestiu os nobres de preto para realçar as rendas e joias prateadas. A ousadia de Velásquez impressionou os franceses.
Mas, a autora pontua que foi na primeira metade do século XIX que o realismo descritivo chegou, talvez na obra de Ingres, que deu a mesma importância ao rosto, às mãos e ao vestuário. Logo em seguida o pintor e escultor francês Edgar Degas utilizou o próprio vestuário como parte integrante da obra de arte, abrindo perspectivas para as vanguardas que viriam em seguida.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
E EIS QUE NO MEIO DO CACTUS... NASCE UMA FLOR...
A mais bela obra escrita por um prisioneiro já registrada até os nossos dias são, sem sombra de dúvida, os “Cadernos do Cárcere”, de Antonio Gramsci, morto em 1937 em consequência de maus-tratos sofridos nas prisões do fascismo, na Itália, que dizem ter inspirado outras incursões do gênero na literatura mundial.
No Brasil, o relato mais brilhante é “Memórias do Cárcere”, de Graciliano Ramos, também preso político, embora não sejam raros relatos de presos “comuns”, ou seja, não egressos da militância política, mas do submundo do crime.
Exemplo disso é a análise contundente que nos traz Selligman-Silva sobre o livro de Luiz Alberto Mendes, “Memórias de Um Sobrevivente”, onde o autor narra sua trajetória desde a infância, mergulhada num caótico ambiente familiar, até o diploma de Bacharel em Direito, num percurso longo e doloroso entre os recorrentes espancamentos de um pai alcoólatra, por quem nutria, compreensivelmente, um ódio brutal, e as duras passagens pelos reformatórios (ou deformatórios) e presídios paulistas.
Sabemos que o sistema prisional no Brasil é uma espécie de “sucursal do inferno”, como coloca Selligman com muita propriedade, diga-se de passagem, e que esses subterrâneos sociais necessitam, imperiosamente, de uma reestruturação tão radical quanto possível que permita impulsionar uma efetiva reintegração daqueles que mergulharam na penumbra social, política e econômica, no momento em que conduziram suas vidas para a contramão da sociedade.
Como contraponto dessa publicação, MV Bill e Celso Athayde, no excelente documentário “Falcão”, desenham todo o contexto social em que é forjado um bandido pelo submundo do tráfico de drogas, desviando, cada vez mais precocemente, os nossos jovens para o mundo do crime, colocando-nos cara a cara com a radiografia da “fratura exposta” da sociedade brasileira, onde o usuário alimenta o tráfico, que se realimenta do usuário, num círculo vicioso que se fecha em si mesmo, sem encontrar uma saída.
O “muro da vergonha” do sistema capitalista, que separa alguns privilegiados de milhões de despossuídos, começa a ser erguido na mercantilização da educação, no sucateamento da escola pública e na falta de horizontes para as camadas menos favorecidas da sociedade, onde nascem o traficante, a prostituta, o menor infrator, o criminoso, os excluídos...
A pedagogia de Paulo Freire, que defende uma educação integral para o homem como sujeito de sua própria história, e não objeto de outros, poderia ser a “revolução silenciosa” tão sonhada por Gramsci.
A obra testemunhal de Mendes ganha, então, maior profundidade e importância enquanto denúncia. Apresenta um substancial valor literário, extrapolando os limítrofes destes para as esferas social e política, fazendo do biografado uma persona, um exemplo de tenacidade que consegue encontrar, no meio do caos, o seu ponto de equilíbrio, demonstrando que iniciativas isoladas sinalizam que há luz no fim do túnel. Infelizmente, casos como este não representam a regra, mas a exceção desta.
Luiz Alberto Mendes é, com certeza, um sobrevivente!
Sobrevivente de uma tragédia social gestada por um sistema excludente.
A mais bela obra escrita por um prisioneiro já registrada até os nossos dias são, sem sombra de dúvida, os “Cadernos do Cárcere”, de Antonio Gramsci, morto em 1937 em consequência de maus-tratos sofridos nas prisões do fascismo, na Itália, que dizem ter inspirado outras incursões do gênero na literatura mundial.
No Brasil, o relato mais brilhante é “Memórias do Cárcere”, de Graciliano Ramos, também preso político, embora não sejam raros relatos de presos “comuns”, ou seja, não egressos da militância política, mas do submundo do crime.
Exemplo disso é a análise contundente que nos traz Selligman-Silva sobre o livro de Luiz Alberto Mendes, “Memórias de Um Sobrevivente”, onde o autor narra sua trajetória desde a infância, mergulhada num caótico ambiente familiar, até o diploma de Bacharel em Direito, num percurso longo e doloroso entre os recorrentes espancamentos de um pai alcoólatra, por quem nutria, compreensivelmente, um ódio brutal, e as duras passagens pelos reformatórios (ou deformatórios) e presídios paulistas.
Sabemos que o sistema prisional no Brasil é uma espécie de “sucursal do inferno”, como coloca Selligman com muita propriedade, diga-se de passagem, e que esses subterrâneos sociais necessitam, imperiosamente, de uma reestruturação tão radical quanto possível que permita impulsionar uma efetiva reintegração daqueles que mergulharam na penumbra social, política e econômica, no momento em que conduziram suas vidas para a contramão da sociedade.
Como contraponto dessa publicação, MV Bill e Celso Athayde, no excelente documentário “Falcão”, desenham todo o contexto social em que é forjado um bandido pelo submundo do tráfico de drogas, desviando, cada vez mais precocemente, os nossos jovens para o mundo do crime, colocando-nos cara a cara com a radiografia da “fratura exposta” da sociedade brasileira, onde o usuário alimenta o tráfico, que se realimenta do usuário, num círculo vicioso que se fecha em si mesmo, sem encontrar uma saída.
O “muro da vergonha” do sistema capitalista, que separa alguns privilegiados de milhões de despossuídos, começa a ser erguido na mercantilização da educação, no sucateamento da escola pública e na falta de horizontes para as camadas menos favorecidas da sociedade, onde nascem o traficante, a prostituta, o menor infrator, o criminoso, os excluídos...
A pedagogia de Paulo Freire, que defende uma educação integral para o homem como sujeito de sua própria história, e não objeto de outros, poderia ser a “revolução silenciosa” tão sonhada por Gramsci.
A obra testemunhal de Mendes ganha, então, maior profundidade e importância enquanto denúncia. Apresenta um substancial valor literário, extrapolando os limítrofes destes para as esferas social e política, fazendo do biografado uma persona, um exemplo de tenacidade que consegue encontrar, no meio do caos, o seu ponto de equilíbrio, demonstrando que iniciativas isoladas sinalizam que há luz no fim do túnel. Infelizmente, casos como este não representam a regra, mas a exceção desta.
Luiz Alberto Mendes é, com certeza, um sobrevivente!
Sobrevivente de uma tragédia social gestada por um sistema excludente.
O Leitor
Envolvente, inquietante, arrebatador...!
Assim é - “O Leitor”- filme de Stephen Daldry, que tem roteiro adaptado do romance homônimo do escritor Bernhard Schilink.
A ação se passa na Alemanha pós nazista, quando Michael Berg, então com 15 anos, tem sua iniciação sexual nos braços de Hanna, uma bonita e misteriosa balzaquiana, de temperamento forte e contraditório.
A relação claramente edipiana, apóia-se nas leituras de vários dos maiores clássicos da literatura mundial, que o rapaz fazia para sua amante, durante seus encontros românticos.
“Canta para mim, Ó Musa, o varão industrioso que, depois de haver saqueado a cidadela sagrada de Tróia, vagueou errante por inúmeras regiões, visitou cidades, e conheceu o espírito de tantos homens ...”
A leitura desses belos versos da Odisséia de Homero, que tantas vezes antecede o ato sexual, numa estranha simbologia de poder e fascínio, revela toda a dualidade de Hanna, desenhada em linhas tênues que separam sua figura frágil e sensível, da mulher áspera e amarga de momentos outros.
Que segredos guardaria aquela estranha mulher? Que mistérios esconderia Hanna nas suas mais profundas entranhas ????
Michael, com a ansiedade própria de sua idade, saboreia intensamente as descobertas do sexo, com alguma consciência do fascínio que suas leituras despertam numa Hanna dura e fria.
Assim, a leitura torna-se, paulatinamente, um grande elo entre os dois e o fio condutor da relação.
O repentino desaparecimento de Hanna traz muito sofrimento ao jovem Michael que, não conseguia esquecê-la.
Alguns anos depois, Michael, agora um estudante de Direito, vê Hanna no banco dos réus, acusada de crimes nazistas.
Michael tem aí, um drama de consciência que vai acompanhá-lo pelo resto de sua vida, mas demonstra uma personalidade fraca, ao não promover a defesa de Hanna, quando só ele poderia oferecer ao Tribunal as provas que atenuariam sua pena....Mas ele teria que revelar o segredo de Hanna...
E porque não o fez!? Por respeito à vontade de Hanna!?? Por amor, para não revelar um segredo que nem mesmo ela ousou confessar?? Para não manchá-la da vergonha de ser uma analfabeta???
Por omissão??? Por fraqueza???
Ou estaria Michael punindo Hanna por seus crimes nazistas?????
Hanna suicidou-se na prisão e inúmeros questionamentos ficam no ar....
Estaria o enigma escondido numa latinha de chá???
Assim é - “O Leitor”- filme de Stephen Daldry, que tem roteiro adaptado do romance homônimo do escritor Bernhard Schilink.
A ação se passa na Alemanha pós nazista, quando Michael Berg, então com 15 anos, tem sua iniciação sexual nos braços de Hanna, uma bonita e misteriosa balzaquiana, de temperamento forte e contraditório.
A relação claramente edipiana, apóia-se nas leituras de vários dos maiores clássicos da literatura mundial, que o rapaz fazia para sua amante, durante seus encontros românticos.
“Canta para mim, Ó Musa, o varão industrioso que, depois de haver saqueado a cidadela sagrada de Tróia, vagueou errante por inúmeras regiões, visitou cidades, e conheceu o espírito de tantos homens ...”
A leitura desses belos versos da Odisséia de Homero, que tantas vezes antecede o ato sexual, numa estranha simbologia de poder e fascínio, revela toda a dualidade de Hanna, desenhada em linhas tênues que separam sua figura frágil e sensível, da mulher áspera e amarga de momentos outros.
Que segredos guardaria aquela estranha mulher? Que mistérios esconderia Hanna nas suas mais profundas entranhas ????
Michael, com a ansiedade própria de sua idade, saboreia intensamente as descobertas do sexo, com alguma consciência do fascínio que suas leituras despertam numa Hanna dura e fria.
Assim, a leitura torna-se, paulatinamente, um grande elo entre os dois e o fio condutor da relação.
O repentino desaparecimento de Hanna traz muito sofrimento ao jovem Michael que, não conseguia esquecê-la.
Alguns anos depois, Michael, agora um estudante de Direito, vê Hanna no banco dos réus, acusada de crimes nazistas.
Michael tem aí, um drama de consciência que vai acompanhá-lo pelo resto de sua vida, mas demonstra uma personalidade fraca, ao não promover a defesa de Hanna, quando só ele poderia oferecer ao Tribunal as provas que atenuariam sua pena....Mas ele teria que revelar o segredo de Hanna...
E porque não o fez!? Por respeito à vontade de Hanna!?? Por amor, para não revelar um segredo que nem mesmo ela ousou confessar?? Para não manchá-la da vergonha de ser uma analfabeta???
Por omissão??? Por fraqueza???
Ou estaria Michael punindo Hanna por seus crimes nazistas?????
Hanna suicidou-se na prisão e inúmeros questionamentos ficam no ar....
Estaria o enigma escondido numa latinha de chá???
Minha Terra Tem Palmeiras
Minha Terra Tem Palmeiras!
Muito lindo! Viajamos com Saramago e Chico Buarque num documentário sobre a Língua Portuguesa....
E a Língua, que é chamada de Língua Pátria e também de Língua Mãe, quando muda de Pátria e quando muda de Mãe....Continua a mesma...Sim, continua a mesma língua portuguesa...Mas durante sua viagem, vai perdendo alguma coisa aqui , lá e acolá...E ganhando outras lá e cá...a língua vai “trocando de roupa”, de lugar em lugar...mudando suas características, ganhando novas conotações, novas expressões e significados...
E vai “mudando de cor” como um camaleão, ao sabor dos ventos que sopram em outras regiões, longe do Tejo e dos fados, desenhando novas cartografias lingüísticas, num constante processo de transmutação, evidenciando o dinamismo da língua portuguesa.
A geografia humana estabelece novas formas de se relacionar, enquanto a língua vai ganhando variadas “cores” e “matizes”, na medida em que absorve diferentes culturas, que interferem, diretamente, no processo de “miscigenação” lingüística, revelando toda a pluralidade da língua, em seus diferentes sotaques, espalhados pelo mundo, o que nos remete à afirmação do escritor José Saramago, de que não existe uma única língua portuguesa mas, várias línguas portuguesas.
Assim, o português de África jamais será igual ao do Brasil e este, bem distinto do de Portugal e, embora conservem características semelhantes, “as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”...
Porém, uma certeza fica no ar: “minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá”!
Muito lindo! Viajamos com Saramago e Chico Buarque num documentário sobre a Língua Portuguesa....
E a Língua, que é chamada de Língua Pátria e também de Língua Mãe, quando muda de Pátria e quando muda de Mãe....Continua a mesma...Sim, continua a mesma língua portuguesa...Mas durante sua viagem, vai perdendo alguma coisa aqui , lá e acolá...E ganhando outras lá e cá...a língua vai “trocando de roupa”, de lugar em lugar...mudando suas características, ganhando novas conotações, novas expressões e significados...
E vai “mudando de cor” como um camaleão, ao sabor dos ventos que sopram em outras regiões, longe do Tejo e dos fados, desenhando novas cartografias lingüísticas, num constante processo de transmutação, evidenciando o dinamismo da língua portuguesa.
A geografia humana estabelece novas formas de se relacionar, enquanto a língua vai ganhando variadas “cores” e “matizes”, na medida em que absorve diferentes culturas, que interferem, diretamente, no processo de “miscigenação” lingüística, revelando toda a pluralidade da língua, em seus diferentes sotaques, espalhados pelo mundo, o que nos remete à afirmação do escritor José Saramago, de que não existe uma única língua portuguesa mas, várias línguas portuguesas.
Assim, o português de África jamais será igual ao do Brasil e este, bem distinto do de Portugal e, embora conservem características semelhantes, “as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”...
Porém, uma certeza fica no ar: “minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá”!
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