“A globalização é a terceira revolução existencial vivida pelo homem.”
Essa conclusão parte de Noam Chomsky, em seu livro “A Sociedade Global”, escrito em parceria com Heinz Dieterich, onde são analisados os efeitos e os impactos da globalização na educação, no mercado e na democracia.
Estamos, sem dúvida, vivendo uma nova ordem mundial, onde os efeitos da chamada sociedade global, inexoravelmente, vão muito além de uma (equivocada) economia de livre mercado ou neoliberal, com impactos socioculturais, até então, inimagináveis.
O processo, visto como irreversível por seus seguidores – e amplamente contestado pelo grande geógrafo e pensador Milton Santos no documentário de Silvio Tendler “O Mundo Visto do Lado de Cá” –, teve o seu “crepúsculo” com a recente crise econômica dos Estados Unidos e a estatização de bancos norte-americanos, desmoronando um dos grandes dogmas neoliberais, pilares da globalização sustentada pelos media...
O desafio é coletivo e aponta para temas transversais como: responsabilidade social, direitos humanos, educação, soberania, democracia, ciberespaço, convergência de mídias, cidadania e cultura, dentre outras questões não menos relevantes.
A experiência humana vem sofrendo inúmeras e rápidas transformações desde os séculos XVIII, XIX e início do século XX, quando as sociedades disciplinares se “enjaulavam” em seus “territórios” de confinamento, como a família, a escola, a fábrica, as prisões e os hospitais, como num círculo vicioso de um eterno “flashback”, para daí cair na “cova dos leões” das sociedades de controle, onde o dinheiro e a informação substituem a superada sociedade disciplinar.
Na sociedade contemporânea, o homem deixa de ser o protagonista e o sujeito da ação verbal para ser mero coadjuvante da supremacia da imagem sobre a palavra na comunicação de massa, transformando o planeta num grande “Big Brother Mundial”.
A alta tecnologia, na era da comunicação, coloca-se, então, como intermediária da experiência humana, fazendo do compartilhamento das emoções, no campo cognitivo da experiência individual, parte integrante da experiência coletiva, interferindo no processo civilizatório da humanidade, na sua incessante busca de transformação do mundo.
Observamos que mesmo na dicotomia do universo imagético de Monclar Valverde e do mundo da oralidade de Larrosa, onde a palavra é a ponte para as experiências humanas (no campo da educação e do saber), atribuindo valores distintos para a imagem e para a palavra, vamos desaguar na mesma inquietação do saber e da experiência como resultado da (des)informação das sociedades contemporâneas, onde os mecanismos de controle mediáticos protagonizam o filme do cotidiano, conduzindo as interpretações coletivas para a vala comum dos escusos interesses políticos e econômicos de grandes conglomerados da Comunicação, interferindo, de forma substancialmente nociva e arbitrária, nas interpretações de significados simbólicos, imagéticos e dialéticos.
A democracia é a “rainha” desse jogo de xadrez e, enquanto ela sofre mais um cheque-mate, uma pergunta ressoa no ar:
É, de fato, preciso um caos dentro de si para gerar uma estrela dançante????
domingo, 14 de março de 2010
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